14.11.05

Soneto da Perdida Esperança

Perdi o bonde e a esperança.
Volto pálido para casa.
A rua é inútil e nenhum auto
passaria sobre o meu corpo.

Vou subir a ladeira lenta
em que os caminhos se fundem.
Todos eles conduzem ao
princípio do drama e da flora.

Não sei se estou sofrendo
ou se é alguém que se diverte
porque não? na noite escassa

com um insolúvel flautim.
Entretanto há muito tempo
nós gritamos: sim! ao eterno.

(Carlos Drummond de Andrade)

O que eu mais gosto em poesia é que por mais dramático e paranóico que você seja, sempre consegue a companhia de algum grande poeta. Olha só, o Drummond também acha às vezes que essa maluquice toda da vida deve ser alguém lá em cima tirando uma com nossa cara...

1 comment:

Anonymous said...

mulher, que ta acontecendo?
saudades docê, bjo Ká.