21.11.05

Dois Poemas de Adeus

Você, que me ensinou a ser poeta,
me ensine agora a ser sozinha,
pois eu não quero mais viver nesta orfandade
que é ser sem você.
Você, que é pai de toda a poesia que há em mim,
me ensine agora a perambular sem destino
por estas ruas de nomes sem sentido
deste lugar onde você não está.
A cada vez que você se vai
morre em mim algo de mágico,
e a tua existência é só partida,
nossa vida é só de adeus...

* * *

Sem teu manto
sou tão
sem sentido...
Sinto muito;
muito
sentimento.
Sem ti, minto:
eu consinto
em ser sem ti;
consentimento
com sentimento
mas sem sentido.
Sem ti
sou somente só.
Sou só semente,
sem muito.
Só, somente.

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