24.7.07

Eu de novo cindida, tentando conciliar mente e coração, só consigo pensar em coisas que já postei antes aqui. Fazer o que, se o conflito se repete... a gente repete os posts.

***
Já dizia o Rubem Alves que isso que a gente pensa que é uma pessoa na verdade é uma pensão, onde os vários moradores debatem e entram em conflitos tentando decidir pra que lado vai a coisa. E esse que a gente pensa que é quem decide é só o síndico que, temporariamente, está mandando em tudo e bota a cara na janelinha. Se não me engano, tem essa crônica naquele livro dele "O Amor que acende a lua". Te digo que a briga no condomínio aqui dentro tá pior que a briga no Copa-Mar! rsssss....

Já dizia a Claudya Toledo (se é que eu não errei o nome dela) que a gente não é uma pessoa, a gente na verdade é uma turma!

***
E pra não dizer que eu não repeti os posts, vai um poeminha sobre isso tudo:

"Da incomunicabilidade:
Hoje so conversei comigo mesma,
E mesmo assim não consegui chegar num acordo."

(Gostaria de ceder os devidos créditos mas não me lembro o autor desse poema que eu conheci na adolescência e nunca mais esqueci, apesar de nunca mais ter encontrado. Já usei tudo quanto é palavra-chave no Google e nada. Alguém se habilita?)

***

Enquanto isso, sussurra um dos moradores:

"Tinha o tempo
em que você sentia,
e sentir
era a forma mais sábia
de saber
e você nem sabia!"

(Alice Ruiz)

20.6.07

Santo Antônio

Por duas vezes na minha vida eu cheguei num mês de junho me sentindo sozinha por causa do final de um namoro acontecido pouco tempo antes. Nas duas vezes eu acendi uma vela para Santo Antônio no dia do santo - que é 13 de junho - pedindo para ele me arrumar um novo namorado. Nas duas vezes, em menos de uma semana ele me trouxe de volta o namorado antigo.
Da primeira vez eu fiquei pensando "Bom, vai ver que Santo Antônio acha que esse é o homem pra mim", mas na segunda vez eu comecei a desconfiar que na verdade o santo tinha um senso de humor meio duvidoso.

Nesta última semana estive em São Paulo e tive minha bolsa roubada, com documentos, óculos de grau, essas coisas todas dentro. Falando com minha mãe ao telefone alguns dias depois, ela me deu a seguinte recomendação: "Acende uma vela pra Santo Antônio, que é o santo que ajuda a achar coisas perdidas, quem sabe alguém devolve os seus documentos."

Foi aí que eu entendi, espertinho esse tal de Santo Antônio! Ganhou fama de casamenteiro, mas na verdade o que ele faz é achar de novo pra gente o namorado que estava perdido....

9.6.07

Já não há espaço para happy ends.
Só para happy beginnings.

Antonio Prata

3.6.07

Once in a Blue Moon

A Lua
Fernando Pessoa
(dizem os Ingleses) (14-11-1931)

A Lua (dizem os Ingleses)
É feita de queijo verde.
Por mais que pense mil vezes
Sempre uma idéia se perde.

E era essa, era, era essa,
Que haveria de salvar
Minha alma da dor da pressa
De... não sei se é desejar.

Sim, todos os meus desejos
São de estar sentir pensando...
A Lua(dizem os Ingleses)
É azul de quando em quando.

17.5.07

Milágrimas

"A cada mil lágrimas sai um milagre"

(Itamar Assumpção e Alice Ruiz)

10.5.07

Primeiro frio do ano
fui feliz
se não me engano.


(Paulo Leminski)

7.5.07

Amor

Tem hora
em que eu quero que seja certo,
que seja seguro, que seja reto.
Tem momento
em que eu quero que seja simples.
De vez em quando
eu faço questão de que seja claro,
que seja lógico, que seja clássico,
dócil, óbvio, fácil.

Tem dia
Em que eu só quero que tenha poesia.







"Seja sempre bem-vinda"

1.5.07

Organizar uma Festa

"O problema é que eu não consigo mais sofrer, acho tudo bonito! Eu estava chorando, abraçada ao travesseiro, eu estava quase conseguindo! Mas, de repente, fui tomada de uma alegria doida e fiquei me perguntando: por que a gente se despede com tanta tristeza, quando todo encontro é sempre tão bonito? Não deveríamos fazer uma festa? Marcar um dia especial para terminar o namoro e fazer esfihas, salgadinhos, sucos de cajá e kiwi com hortelã, assoprar balões coloridos, dançar até cair, cantar até perder a voz, dançar e cantar todas as músicas que cantamos um para o outro, abraçar até cansar, rir de todas as brigas, rir mesmo, até a barriga doer, celebrar o que um deixou no outro? E o que os dois deixaram no mundo? Distribuir os velhos presentes a quem se sente mais sozinho do que a gente? Terminar com o mesmo cuidado de um primeiro encontro? Eu fiquei pensando nisso, que parecia meio doido, mas bem menos doido do que chorar ou sofrer por algo que foi tão bonito..."

Faço das suas as minhas palavras, mas dando o crédito, que senão é plágio! O texto acima é da Rita Apoena, e está no blog "Jornal das Pequenas Coisas"

29.4.07

No meio o caminho

No meio das pedras tinha um caminho
Tinha um caminho no meio das pedras
Tinha um caminho
No meio das pedras tinha um caminho

Nunca desistirei da vida, dos sonhos, de nada.
Vou descansar as retinas, preparar a jornada
Porque no meio das pedras
Tinha um caminho
Tinha um caminho no meio das pedras
No meio das pedras tinha um caminho.


(para o meu lado budista que - sorte a minha - insiste em me trazer para o caminho do meio)

27.4.07

Pratododia

(O Teatro Mágico)

Como arroz e feijão
É feita de grão em grão
A nossa felicidade
Como arroz e feijão
A perfeita combinação
Soma de duas metades
Como feijão e arroz
Que só se encontram depois
De abandonar a embalagem
Mas como entender que os dois
Por serem feijão e arroz
Se encontram só de passagem?

Me jogo da panela
Pra nela eu me perder
Me sirvo à vontade
Que vontade de te ver...

O dia do prato chegou
É quando eu encontro você
Nem me lembro que foi diferente
Mas assim como veio acabou
E quando eu penso em você
Choro café e você chora leite


*Ah, que pena que eu tenho de quem não tem olhos para ver a magia que existe nesta vida...*

13.4.07

"We are all each other´s angels"

Um agradecimento a todos aqueles que cuidam de mim
e assim me ajudam a cuidar de quem precisa de mim.

(e pra quem precisa de mim como professora de inglês,
"somos todos os anjos uns dos outros")

4.4.07

Paradoxal

Eu aqui
completamente
pela metade.

(saído de um poema da Gabi)

28.3.07

Just a Girl

Apontamentos para um discurso feminista

Mudei de terapeuta e o que eu mais temia aconteceu: tive que começar tudo de novo. Hoje foi a 3ª. Sessão e quando eu dei por mim, lá estava eu discutindo a minha relação com o masculino, o lugar do masculino e do feminino “na minha vida” (o que significa uma combinação de “na minha cabeça” com “neste mundo”), e por consequência, a minha relação com os homens e mulheres da minha vida, o meu pai, minha mãe, meu irmão, o namorado... Saí de lá pensando que esse assunto me aborreceu a vida inteira.


Na adolescência eu era a filha “revolucionária” de um pai que tinha o rei na barriga, a irmã encrenqueira de um irmão que tinha um reizinho na barriga, mas que só era capaz de definir os meus ataques de feminismo com a frase “Camille Paglia baixou em mim” porque o soberano do lar pagou a minha educação até níveis estratosféricos para uma princesinha da sociedade brasileira. Dá pra ver que não é simples.

Na teoria Junguiana este embate entre o lugar do homem e da mulher na sociedade reflete uma disputa que acontece cotidianamente dentro de nossa psiquê durante o processo de individuação. Para Jung todos os seres humanos têm em si características que socialmente se convencionou serem pertinentes a este ou àquele sexo, mas que são do ponto de vista psicológico igualmente importantes. Sendo ambos os tipos necessários para a formação de uma personalidade completa, Jung demonstra como uma das maiores dificuldades do processo de amadurecimento é o trazer das profundezas inconscientes aquelas partes de nós que são tradicionalmente tidas como pertencentes ao outro sexo, e integrá-las à consciência. Não obstante a dificuldade envolvida neste processo, Jung mostra como ele acontece inevitavelmente, como que movido por uma parte do Self que deseja e impulsiona este auto-completar-se. Para Jung, o apaixonar-se é ver no outro as nossas próprias características inconscientes projetadas, e é por isso que se diz procurar no amor alguém que nos “complete”

Hoje em dia, com quase 30 anos e ainda solteira - por opção -, mas ainda acreditando que vai chegar o momento em que eu vou encontrar o cara que vai me “completar” mas não vai me atazanar - porque eu sou brasileira e não desisto nunca... rsss – eu olho em volta procurando provas, ou no mínimo indícios, de que esse cara existe, sabe quem é a Camille Paglia, e não é gay. Vejamos.

No final de semana encontrei com um casal de amigos que têm mais ou menos a minha idade e que estão casados há alguns poucos anos. Ela estava comentando como, ao tentar operacionalizar o casamento, eles acharam mais fácil tratar tudo como se fosse uma empresa, e neste processo decidiram de comum acordo que seria mais lucrativo investir na profissão dele do que na dela. E eu respondi que é um pouco surpreendente como, depois de tantos anos de lutas feministas, de sutiãs queimados nas praças públicas, e de mulheres nas universidades, no âmbito do casamento, o que a gente conseguiu efetivamente foi tomar – agora de comum acordo – as mesmas decisões que eram impostas às nossas mães.

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Não sabe quem é a Camille Paglia? Pode começar por aqui:

http://en.wikipedia.org/wiki/Camille_Paglia

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Sei que hoje, neste contexto, eu me peguei ouvindo novamente um CD que eu rachei de ouvir no final da adolescência. O CD se chama “Tragic Kingdom” de uma banda chamada “No Doubt”. A vocalista, Gwen Stefani, tem o visual mais “mulher objeto” que se possa imaginar. Uma pin-up moderna, mistura de cheer-leader com Marlin Monroe, com os cabelos platinados e a boca vermelha, ela canta músicas altamente feministas, cheias de sarcasmo e ironia, num tom de voz irado, raivoso, muito agressivo. Me faz pensar em contradição, paradoxo, oxímoro. O que poderia ser mais adequado?

Aqui vai uma das músicas dela que eu mais gosto. Mando junto a tradução, que é pra facilitar. Adoro a frase em que ela canta, gritando raivosamente “Am I making myself...” e então num tom muito doce, “...clear?”:)

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Just A Girl

Take this pink ribbon off my eyes
I'm exposed
And it's no big surprise
Don't you think I know
Exactly where I stand ?
This world is forcing me
To hold your hand


'Cause I'm just a girl, little 'ol me
Don't let me out of your sight
I'm just a girl, all pretty and petite
So don't let me have any rights
Oh...I've had it up to here!

The moment that I step outside
So many reasons
For me to run and hide
I can't do the little things I hold so dear
'Cause it's all those little things
That I fear

'Cause I'm just a girl I'd rather not be
'Cause they won't let me drive
Late at night

I'm just a girl,
Guess I'm some kind of freak
'Cause they all sit and stare
With their eyes
I'm just a girl,
Take a good look at me
Just your typical prototype
Oh...I've had it up to here!
Oh...am I making myself clear?

I'm just a girl
I'm just a girl in the world...
That's all that you'll let me be!


I'm just a girl, living in captivity
Your rule of thumb
Makes me worry some
I'm just a girl, what's my destiny?
What I've succumbed to Is making me numb
I'm just a girl, my apologies
What I've become is so burdensome
I'm just a girl, lucky me
Twiddle-dum there's no comparison

Oh...I've had it up to!
Oh...I've had it up to!!
Oh...I've had it up to here!

Só uma garota

Tire esta fita rosa dos meus olhos
Estou exposta,
E isto não é novidade
Você não acha que eu sei
Exatamente onde estou
?
Este mundo está me forçando
A segurar a sua mão


Porque eu sou só uma garota, coitadinha de mim
Não me perca de vista
Eu sou só uma garota, toda pequenininha e bonitinha
Então não me deixe ter direitos
Ah, eu estou por aqui com isso!

No momento em que eu saio
Tantas razões
Para eu correr e me esconder
Não posso fazer essas coisinhas das quais gosto tanto
Pois são estas as coisinhas das quais tenho medo

Porque eu sou só uma garota, e eu preferia não ser
Porque eles não vão me deixar dirigir
à noite

Sou só uma garota
Acho que sou algum tipo de anormal
Pois eles todos sentam e me olham
Com seus olhos
Sou só uma garota
Olhe bem pra mim
Seu protótipo típico
Ah, estou por aqui com isso!
Ah, estou sendo clara
?


Sou só uma garota
Só uma garota no mundo...
É só o que vc me permite ser!


Só uma garota, vivendo numa prisão
Suas regras
Me deixam preocupada
Sou só uma garota, qual meu destino
?
Aquilo a que sucumbi está me deixando
Anestesiada
Só uma garota, me desculpe
O que me tornei é tão pesaroso
Só uma garota, sorte a minha
Não tem comparação

Ah, estou por aqui!
Ah, estou por aqui!
Ah, estou por aqui com isso!







27.3.07

Freud Explica!

No que é que vc pensa durante aquela aula chata de matemática? Na fila do banco? Empurrando o carrinho de supermercado?

É muito mais simples do que a gente imaginava... rsss. Freud é quase machista, quase servil à maneira de pensar do início do século XX. E é nesse quase que está a beleza da coisa... :)


" Inesperadamente, nos chega um indício por um lado que até agora não havíamos atendido: o uso linguístico, que nada tem de contingente, mas sim que é a sedimentação de uma velha sabedoria (...). Nossa linguagem conhece algo que estranhamente chama de 'sonhos diurnos' [em inglês, daydream]*, que são fantasias; são fenômenos muito difundidos, que também se observam tanto nos sãos quanto nos enfermos (...). Neles, não se vivencia nem se alucina nada, mas sim algo é representado; sabe-se que se está fantasiando, não se vê, mas sim, se pensa (...). O conteúdo destas fantasias é presidido por uma motivação muito transparente. São cenas ou circunstâncias em que os desejos de ambição, ou de poder, encontram satisfação, ou ainda os desejos eróticos da pessoa.

Nos homens jovens, prevalecem quase sempre fantasias de ambição, e nas mulheres, que colocam suas ambições no êxito amoroso, as fantasias eróticas. Mas com certa frequência, também nos homens a necessidade erótica se insinúa ao fundo; todos os feitos heróicos e os triunfos estão exclusivamente destinados a pasmar as mulheres a atraí-las em seu benefício."

FREUD, Sigmund. "Conferências de introdução à psicanálise - conferência 5: O Sonho, dificuldades e primeiras aproximações"

_______________________________

* N. da T. = Nota da Tatiana (pensou que era nota do tradutor, né... hehe)

22.3.07

– Computador – grasnou –, abra uma linha para meu terapeuta cerebral.

(...)

– Olá, prezado Capitão dos Vogons Prostetnic, como estamos nos sentindo hoje? – disse ele.


O Capitão Vogon lhe contou que nas últimas poucas horas tinha exterminado quase metade de sua tripulação num exercício disciplinar.


O sorriso de Halfrunt não se abalou um milímetro sequer.


– Bom – disse ele –, creio que este é um comportamento perfeitamente normal para um vogon, não é? Essa forma natural e saudável de canalizar os instintos agressivos em atos de violência sem sentido.


– Isso – resmungou o vogon – é o que você sempre diz.


– Ótimo! – disse Halfrunt – pois creio que este é um comportamento perfeitamente normal para um psiquiatra. Bem, vejo claramente que nós dois estamos muito bem ajustados em nossas atitudes mentais hoje. Agora me diga, quais são as notícias da missão?


– Localizamos a espaçonave.


– Maravilhoso – disse Halfrunt – maravilhoso! E os ocupantes?


– O terráqueo está lá.


– Excelente. E... ?


(...)


– E Zaphod Beeblebrox.


Por um instante, o sorriso de Halfrunt estremeceu.


– Ah, sim – disse ele –, eu esperava por isso. É realmente uma pena.


– Um amigo pessoal? – perguntou o vogon, que tinha ouvido essa expressão em algum lugar e decidiu experimentar.


– Ah, não – disse Halfrunt – em minha profissão não fazemos amigos pessoais.


– Entendo – grunhiu o vogon – vocês precisam manter um distanciamento profissional.


– Não – disse Halfrunt alegremente – é só que não levamos muito jeito pra essas coisas mesmo.




(DOUGLAS ADAMS – “O Restaurante no Fim do Universo”)

20.3.07

29

"E aos vinte e nove, com o retorno de saturno
Aprendi a perdoar e a pedir perdão"
(Renato Russo)

O Retorno de Saturno
Entre os 28 e 30 anos de idade, ocorre o primeiro retorno de Saturno, ou seja, o planeta em trânsito se posicionará no mesmo local em que ele estava no momento de nascimento da pessoa e iniciará uma nova volta em torno do zodíaco.

Novamente, como em todo trânsito de Saturno, ocorre um doloroso rito de passagem, envolvendo responsabilidades, desta vez maiores do que nunca. A partir deste período, muitas coisas que antes eram parte de uma gama de opções se tornam definitivas. É o momento de determinar o que vai dar impulso aos próximos 28 anos e tudo o que é decidido tem sua repercussão e conseqüência.

Este período representa também o fechamento sobre todo o passado de dependência familiar, uma liberação final de tudo que ligava às servidões da infância e da adolescência, uma aquisição definitiva de autonomia. É o ponto final do caminho de relaxamento de responsabilidades dos pais sobre os filhos.

Aos 28 anos, as pessoas começam a se preparar para inverter os papéis. Nesta época, surge a necessidade crescente de se fundar um lar, ter filhos, educá-los e progredir profissionalmente. É a chegada definitiva da certeza da sua responsabilidade em relação aos outros, em que se procura gerar confiança em que os cerca e se começa a pensar seriamente no futuro. É o primeiro contato com a sensação de que o tempo passa e que a velhice não tarda a chegar, por isso a intensificação das cobranças internas. Não é mais tempo para ilusões e sim para definições.

Nesta época, as pessoas começam a adquirir um senso de responsabilidade não apenas para si próprios, mas também para aqueles que o cercam. Começa-se a perceber que as suas decisões terão influência na vida daqueles que amam. Agora, e cada vez mais, são os pais que passam a ser seus dependentes, o que aguça o sentido de cumprir sem falhas a sua missão, que é uma tarefa solitária e de extrema importância para toda a família. Mas, ao mesmo tempo, Saturno que é sempre associado a processos de diferenciação, individualização e separatividade, leva os indivíduos a procurarem dar a seus filhos uma educação diferente da que receberam. Paradoxalmente, com a nova aproximação dos pais, as pessoas se deparam tomando decisões surpreendentemente parecidas às deles.

Nessa época, as pessoas que ainda não se definiram na vida passam a se sentir muito angustiadas, porque o fantasma do fracasso começa a ameaçar. Freqüentemente, aos 28 anos as pessoas retomam os estudos, procuram caminhos profissionais definitivos e não mais bicos e trabalhos esporádicos. A crise provocada por Saturno sempre é complicada, já que mexe com assuntos como o tempo e a idade, fracasso, frustração ou sucesso. Todos estes aspectos são muito angustiantes porque abalam a auto estima de cada um.

O ciclo dos 28 anos de Saturno é completado quando se pode tomar nas mãos com segurança as rédeas e o controle da própria existência. Desligar-se do passado para apenas conservar dele as bases mais sólidas sobre as quais deve ser projetado e construído o futuro.

(retirado do site PORTO DO CÉU)

17.3.07

Verão Emocional

Essa vai em "homenagem" ao aquecimento global, rss... vamos perder invernos, com seus fondues de queijo, casacos fofinhos e chocolates quentes, em favor de verões, com suor escorrendo pelo meio do cabelo, nariz descascando e mosquitos. Alguma vantagem vamos ter que achar no meio de tudo isso, ou então vou mesmo ter que me mudar para o Alaska.
Mas voltando ao texto... fazia tempo que eu não fazia isto, deixar algum outro poeta falar do meu momento. Então lá vai: uma letra de música que descreve bem o que foi o meu verão, passado praticamente na Indonésia. Ou seja, praias paradisíacas, cenários inesquecíveis, e um ou outro terremoto seguido de uma tsunami para animar! rssss... ;)



Esse Outro Mundo
Leoni

Eu conheço esse outro mundo
Onde o tempo não dissolve
Eu te conquisto sempre
Você sempre me comove
Eu conheço esse outro mundo
Essa outra porção do espaço
Onde eu me sinto livre
Aprisionado nos seus braços

O quanto a gente se beija
Nesses verões emocionais
Nesse vulcão de desejos
Nessas tormentas tropicais

Pouco a pouco eu me transporto
Pela porta do teu corpo
Pra esse outro mundo que eu conheço
Dos deuses de carne e osso
Eu conheço esse outro mundo
Esse eterno mundo em transe
Te amo tanto e tanto e tanto
Não sei mais quem já fui antes

Tantos outros mundos
Tanto pra nós dois
Entre tantos mundos
Entre e deixe o mundo pra depois

5.3.07

"Se você fala com Deus, isto é prece. Se Deus fala com você, isto é paranóia"
Howard Nemerov

23.1.07

"É preciso elevar um protesto enérgico quando são rotulados como imorais aqueles que determinam o seu comportamento social tomando por base as leis interiores em vez dos códigos externos compulsivos. Um homem e uma mulher são marido e mulher não porque tenham recebido o sacramento, mas porque se sentem como marido e mulher. A lei íntima, e não a lei exterior, é a medida da verdadeira liberdade. O fanatismo moralista é o inimigo mais perigoso da moralidade natural. O fanatismo moralista não pode ser combatido com outra forma de moralidade compulsiva, mas tão somente com o conhecimento da lei natural do processo sexual. O comportamento moral natural pressupõe o livre desenvolvimento do processo natural da vida. Por outro lado, caminham de mãos dadas a moralidade compulsiva e a sexualidade patológica.
A linha de compulsão é a linha de menor resistência. É mais fácil exigir disciplina e impô-la autoritariamente do que ensinar as crianças a sentirem prazer no trabalho independente, e a assumir uma atitude natural diante da sexualidade. É mais fácil declarar-se a si mesmo um fûhrer onisciente enviado por Deus, e decretar o que milhões de pesoas devem pensar e fazer, do que se expor à luta do choque de opiniões entre a racionalidade e a irracionalidade. É mais fácil insistir na satisfação legal do respeito e do amor, do que conquistar a amizade por meio deum comportamento bondoso. É mais fácil vender a própria independência com vistas à segurança material, do que levar uma existência reponsável e livre, e ser o senhor de si mesmo. É mais conveniente ditar o comportamento aos subordinados, do que guiar esse comportamento protegendo aquilo que apresenta de singular. É por isso também que a ditadura é sempre mais fácil que a verdadeira democracia. É por isso que o satisfeito líder democrático inveja o ditador e procura, incompetentemente, imitá-lo. É fácil pretender aquilo que é um lugar-comum. É difícil pretender a verdade.”

(Wilhelm Reich, A Função do Orgasmo)

10.1.07

A Difícil Fronteira

"Foi só depois que aprendi a gostar de mim que comecei a me livrar de tudo o que não fosse saudavél: pessoas, tarefas, toda e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama amor próprio."

Não sei de quem é este pequeno texto. Já o encontrei em orkuts de pessoas variadas, mas sempre sem autoria. Encaixa perfeitamente em coisas que eu estou vivendo agora. Não é tarefa fácil encontrar o limite entre o egoísmo e o amor próprio, a linha que separa a falta de respeito pelo outro do respeito por si mesmo. Não é fácil saber que em certos casos não há como se proteger sem magoar outrem. Eu tinha muitas vezes uma postura de me sacrificar para não ter que partir para cima de ninguém, que talvez se deva à minha educação católica, ou talvez a pensar que eu não tinha o direito de delimitar as minhas fronteiras, mas, ainda que a gente perca algumas coisas conforme envelhece, ganha uma outra muito importante: senso de valor. Algumas coisas aprendi, e uma delas foi que se eu não cuidar de mim, ninguém mais vai.

9.1.07

Galileu, Gleiser, Geminianos e outros Grandes Mistérios…

A edição 186 da Revista Galileu, de janeiro de 2007, traz uma reportagem de capa sobre um grupo de cientistas que ergue a bandeira da fé cega na ciência em contrapartida ao fundamentalismo cristão que assola o Ocidente. Nada contra manter Darwin no currículo de biologia ao invés da idéia de que Deus criou o mundo em 7 dias, mas na mesma edição da revista, um outro texto me fez pensar no quanto a ciência é pretensiosa em se anunciar como a portadora de toda a verdade sobre um Universo acerca do qual tão pouco conhecemos.
O artigo em questão é o texto de Marcelo Gleiser (o físico bonitão – hehe – do Fantástico) sobre do que o Universo é feito. Transcrevo-o abaixo, mas para quem quiser o link direto, é só clicar aqui.
Neste texto o professor nos conta que apenas 5% do universo é composto de matéria tal como a conhecemos – feita de neutrons, prótons e eletrons. Outros 25% do “material de construção” de nossa realidade é a chamada “matéria escura”: sabemos que ela existe devido à sua força gravitacional, e sabemos que ela não é feita de protons e elétrons, mas não sabemos do que é feita então. E, para piorar, os 70% restantes compõem-se do que chamamos de “energia escura”, da qual não conhecemos a natureza, mas sabemos que não é formada por partículas, mas sim espalha-se por todo o cosmos como uma sopa de energia.
Impossível não pensar em todas as implicações mais malucas e metafísicas. A primeira delas, como já mencionei acima, é constatar que uma ciência que conhece apenas 5% daquilo que nos cerca não pode estar sendo senão mentirosa ao afirmar que pode nos dizer com certeza o que é e o que não é possível ou existente, nos assuntos mais variados, que vão desde a mecânica quântica até os limites da metafísica.
Sim, pois quem é que pode nos afirmar, por exemplo, que a astrologia não tenha algum tipo de fundamento, se estamos nós e os planetas todos mergulhados em uma sopa de energia feita de algo que não conhecemos, que não medimos e que não controlamos, cujas propriedades ignoramos totalmente? Podemos tanto imaginar que o seu posicionamento nos afeta, como imaginar que não, e qualquer uma das possibilidades não teremos como provar ou refutar antes de entender o que é a energia escura.
Antes de conhecer a natureza desta energia escura não podemos dizer que não haja alguma forma de verdade nas práticas orientais como o feng shui; não podemos refutar a existência dos chackras, nem da aura, nem dos meridianos energéticos da medicina oriental. Não podemos relegar práticas espirituais como o passe dos espíritas ao reino da crendice ou da superstição, mas apenas ao reino daquilo que ainda não temos como investigar.

Saudemos o ano novo com a mente aberta!

Tatiana, Geminiana com ascendente em Leão, Espírita Kardecista e Xereta Profissional! :)

*****
HORIZONTES
Escuridão cósmica
Como todo modelo científico, o Big Bang tem suas lacunas. A maior de todas é o mistério sobre a matéria e a energia escuras

A cosmologia - a parte da física que estuda as propriedades do Universo - tem passado por momentos emocionantes. O assunto, como escrevi para a reportagem de capa de Galileu de novembro, é bem controverso. A origem do Universo, ou como surgiu "tudo", é algo que mexe com as pessoas, despertando apaixonadas discussões. Nos quase 80 anos desde que o astrônomo americano Edwin Hubble descobriu que as galáxias distantes estão se afastando da nossa Via Láctea, o modelo do Big Bang tomou corpo e aceitação na comunidade científica: o prêmio Nobel de 2006 foi para John Mather e George Smoot, ambos responsáveis por observações que provaram conclusivamente que o Universo teve, de fato, uma infância muito quente e densa como prevê o Big Bang.
Porém, como todo bom modelo científico, o Big Bang também tem suas limitações. Existem várias lacunas ainda não explicadas, tanto nos primórdios da história cósmica, durante os primeiros centésimos de milésimo de segundo após o "bang", quanto, pasme caro leitor, no Cosmo atual.
Por incrível que pareça, não sabemos do que o Universo é feito. Ou melhor, qual a composição da matéria que preenche o Cosmo. A situação enfrentada pelos cosmólogos é semelhante à de um cozinheiro que sabe que precisa de três ingredientes para fazer o seu bolo, sabe a quantidade necessária de cada ingrediente, mas só conhece um deles.
O ingrediente conhecido, claro, é a matéria normal, feita de prótons e elétrons, que compõem tudo o que existe, das pedras e borboletas aos anéis de Saturno e as estrelas. O problema é que medidas obtidas nas últimas décadas indicam que essa matéria normal é a minoria absoluta no Cosmo. Para ser mais preciso, apenas 5% da matéria cósmica. E os outros 95%? Em torno de 1930, o astrônomo Fritz Zwicky demonstrou que galáxias que coexistem em aglomerados - grupos de galáxias que, atraídas pela própria gravidade, giram em torno de si mesmas como moscas em torno de uma lata de lixo - comportam-se como se atraídas por muito mais matéria do que aquela visível. Mais tarde, ficou claro que em torno de 90% da matéria em aglomerados e mesmo em galáxias individuais é invisível a olho nu.
O estranho é que essa matéria não é composta de elétrons e prótons como os nossos átomos. Sabemos que ela existe devido à sua força gravitacional, mas não sabemos do que é feita. Por isso, essa matéria foi batizada de "matéria escura". Medidas das velocidades de galáxias em aglomerados e das propriedades da radiação de fundo cósmico - a radiação de microondas que banha o cosmo - indicam que aproximadamente 25% da matéria cósmica é matéria escura. Somando com os 5% de matéria normal, chegamos a 30%. Faltam os outros 70%.
Em 1998, outra descoberta astronômica sacudiu o mundo científico. Objetos muito distantes e brilhantes, conhecidos como supernovas do tipo Ia, parecem estar se afastando menos rapidamente do que a expansão prevista pelo Big Bang. Menos rapidamente com relação a quê? A objetos mais próximos. Como a luz vinda de objetos distantes deixou-os no passado remoto, a conclusão é fantástica: em torno de 10 bilhões de anos atrás, o Universo resolveu acelerar sua taxa de expansão, como se uma espécie de antigravidade tivesse passado a agir. A questão, claro, é o que pode causar esse efeito? Vários candidatos foram propostos para descrever essa "energia escura", que nem cara de matéria tem, não sendo formada por partículas, mas, sim, espalhada pelo Cosmo como uma sopa de energia. Sabemos que ela ocupa precisamente os outros 70% da receita cósmica. O desafio agora é descobrir o que são essa matéria e energia escuras. Quem acha que não existe emoção em ciência não sabe o que está perdendo!

Marcelo Gleiser, de 47 anos, é professor do Dartmouth College, nos Estados Unidos, e autor de cinco livros sobre ciência e conhecimento



5.1.07

Resoluções de Ano Novo

Sabe aquele filme "2010, o ano em que fizemos contato*" ?
Estou achando que o tema deste ano vai ser "2007, o ano em que fizemos regime"!
hauhauahuahuauahuha
afff, ninguém merece ser fotografado depois do natal e do ano novo!

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* (junto com "2001, uma odisséia no espaço", este filme é parte de uma dupla inesquecível baseada na obra de Arthur Clarke - adoro ficção científica!)