20.2.05

"Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rasto,
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada.

A recordação é uma traição à Natureza,
Porque a Natureza de ontem não é Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.

Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!"

(Alberto Caieiro)


Este poema é para mim como uma oração. Rezo para que o meu coração aprenda a deixar passar as pessoas e as coisas que estiveram em minha vida mas que aqui já não estão mais. E deixar passar quem morreu, quem partiu, quem mudou, quem me abandonou...

1 comment:

Anonymous said...

Desculpe a ausência, mas acho que me deixei passar, fui embora, não sei onde estou, quando consegui me emcontrar, posso pegar minhas pernas e ir ao teu encontro. Você é muito importante para mim. beijos Ká