14.11.04

ODE VIRTUAL

[...]
Êba! êba! êba!
Êba eletricidade, circuitos doentes da Matéria!
Êba internet-sem-fios, cyber-simpatia do Inconsciente!
Êba cabos, êba sites, Google, Microsoft, Hotmail!
Êba todo o passado já dentro do presente!
Êba todo o futuro já dentro de nós! Êba!
Êba, êba, êba!
Bits e bytes e códigos da rede-teia virtual!
Êba! êba! êba, êba-hô-ô-ô!
Nem sei que existo para dentro. Computo-me, compilo-me, processo-me.
Conectam-me em todos os terminais.
Transferem-me de servidor a servidor.
Acesso o sistema operacional.
Êba! Êba-hô-êba!
Êba! Sou o código binário!

1 comment:

Tatiana said...

Para quem não se lembra, esse poema foi inspirado por um poema de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa:
ODE TRIUNFAL

[...]
Eia! eia! eia!
Eia eletricidade, nervos doentes da Matéria!
Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente!
Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!
Eia todo o passado dentro do presente!
Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!
Eia! eia! eia!
Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica cosmopolita!
Eia! eia! eia, eia-hô-ô-ô!
Nem sei que existo para dentro. Giro, rodeio, engenho-me.
Engatam-me em todos os comboios.
Içam-me em todos os cais.
Giro dentro das hélices de todos os navios.
Eia! eia-hô-eia!
Eia! sou o calor mecânico e a eletricidade!