17.11.04

Invejo aos poetas essa capacidade de botar a alma para fora, ao sol. Desavergonhada e corajosamente expor o que se guarda com tanto cuidado. Sempre tive essa impressão de que sentimentos são assim como a água: postos ao sol, evaporam-se, os perdemos... Sempre temi que se queimassem, se ferissem, se expostos a olhos estranhos e menos conhecedores dos meus comos e porquês. E no entanto padeço desta mesma necessidade que sente todo o humano, que é a de se mostrar e ser aceito. É assim que tomo emprestada as palavras de outros poetas, e as faço minhas, e digo sem precisar dizer aquilo que já não posso mais esconder...

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