22.3.07

– Computador – grasnou –, abra uma linha para meu terapeuta cerebral.

(...)

– Olá, prezado Capitão dos Vogons Prostetnic, como estamos nos sentindo hoje? – disse ele.


O Capitão Vogon lhe contou que nas últimas poucas horas tinha exterminado quase metade de sua tripulação num exercício disciplinar.


O sorriso de Halfrunt não se abalou um milímetro sequer.


– Bom – disse ele –, creio que este é um comportamento perfeitamente normal para um vogon, não é? Essa forma natural e saudável de canalizar os instintos agressivos em atos de violência sem sentido.


– Isso – resmungou o vogon – é o que você sempre diz.


– Ótimo! – disse Halfrunt – pois creio que este é um comportamento perfeitamente normal para um psiquiatra. Bem, vejo claramente que nós dois estamos muito bem ajustados em nossas atitudes mentais hoje. Agora me diga, quais são as notícias da missão?


– Localizamos a espaçonave.


– Maravilhoso – disse Halfrunt – maravilhoso! E os ocupantes?


– O terráqueo está lá.


– Excelente. E... ?


(...)


– E Zaphod Beeblebrox.


Por um instante, o sorriso de Halfrunt estremeceu.


– Ah, sim – disse ele –, eu esperava por isso. É realmente uma pena.


– Um amigo pessoal? – perguntou o vogon, que tinha ouvido essa expressão em algum lugar e decidiu experimentar.


– Ah, não – disse Halfrunt – em minha profissão não fazemos amigos pessoais.


– Entendo – grunhiu o vogon – vocês precisam manter um distanciamento profissional.


– Não – disse Halfrunt alegremente – é só que não levamos muito jeito pra essas coisas mesmo.




(DOUGLAS ADAMS – “O Restaurante no Fim do Universo”)

1 comment:

Ma. Luisa said...

Greetings from Mexico