28.8.05

Ambivalente

Você,
que me violenta com delicadeza,
que me dilacera a carne com doçura,
que me estrangula a alma com palavras doces,
que me abandona permanecendo presente,
que me despreza atenciosamente,
que me aperta a garganta com mão suave,
que me sangra o ventre e me ampara,
que me esmaga cuidadosamente,
que me esquece oferecendo o ombro amigo,
que me aniquila com dedicação,
vá com cuidado pro inferno,
que eu te odeio com todo o meu carinho.

5 comments:

Anonymous said...

Tati, amei esse poema! Lindo, lindo!
triste com humor... Parabéns...
Bem, espero que você esteja melhor... Sabe q se precisar... Não precisa hesitar em me dar um alô, ok?
Beijão, querida!
Adoro-te!
=***

Anonymous said...

Gostei muito. Interessantes as ambivalências... bjs

Lucas said...

Hehe...
Um monstro de delicadeza...
Beijo.

Anonymous said...

oi Tati, boa noite!
botei no google uma parte de citação do vinicius de moraes, p ver se encontrava o resto, e acabei chegando à sua página.. procurando a tal citação, acabou q li tudo, pois eh basicamente a ultima coisa q tem aqui, e até nela chegar, fui me enroscando no seu texto. que delícia! me identifiquei tanto q peguei sua Poética do Abandono e botei no meu proprio blog, com sua autoria e link, é claro. Voce escreve muito bem e senti uma identificação no modo como tenho meus sentimentos. gostei muito mesmo de te descobrir! espero q produza sempre muitos posts, pra eu vir me deliciar aqui com a leitura de seu site. fique com Deus, se cuide bem. um abraço de Lara, de Salvador/BA

Anonymous said...

ahhh, no final, qnd subi a pagina e vi as citaçoes todas de nomes de Psicologia.. pensei "Pronto, tá explicado!"" tinha q fazer psicologia mesmo... a minha cara! faço direito mas tenho 1 pé inteiro na psicologia.
um bjo!!