31.3.05
Carente pra Caramba
Graça não tem.
Será que dá samba?
(um poeminha em homenagem ao meu lastimável estado emocional e àquela frase do Vinícius que disse: "pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza")
27.3.05
o não dito
silêncio...
silêncio...
silêncio...
silêncio...
...
esse maldito silêncio
que me estoura os tímpanos!
25.3.05
Frase Bônus:
(não me canso de achar expressões as mais variadas da filosofia do não-pensamento de Alberto Caieiro. Essa saiu dum blog que eu achei num outro blog que é dum cara que criou uma comunidade no orkut, etc etc blá blá. Clique no título do post para o link.)
O Nosso Amor a Gente Inventa
"O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver
Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu
O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba, a gente pensa
Que ele nunca existiu"
24.3.05
Silêncio Sincopado
Quando o teu surdo soa some o meu silêncio;
Sei que o meu repique te atrapalha o samba.
Sim, seria lindo se soasse certo,
Sinto que esse jam dava uma sinfonia.
Mas se é cedo, deixa, a gente toca um dia,
Assim que o sentimento se afinar com o tempo.
23.3.05
É. Eu admito que talvez devesse, mas confesso, não sei tudo sobre mim ainda não. Aqui vai um pouco do que eu já descobri até agora: sou uma ex-arquiteta, professora de inglês praticante, e atualmente aluna do curso de psicologia que se encontra totalmente apaixonada e envolvida pelo assunto! Adoro escrever, principalmente poesia, mas não me atrevo a me denominar poetisa – ainda! Bailarina de dança do ventre já tem uns 4 anos, tocadora de caixa na bateria da Federal (ainda não tem 4 aulas...), praticante de ioga (adoro um incenso, um óleo, um cheiro...) , totalmente viciada em livros e em chocolate!
Sou calma, muito carinhosa, apegada à minha família e aos meus amigos (faço coleção; tem uns que eu guardo há 10, 15, 20 anos...), bastante sociável – adoro uma bagunça, uma balada, qualquer coisa que junte gente – mas também tenho meus momentos de necessária solidão (ou solitude, como diria a minha mãe, pra escapar do termo pejorativo). Me considero uma boa ouvinte, e sou muito bem humorada: pode contar comigo pra rir de qualquer coisa, até de mim mesma! Procuro me situar em algum lugar entre a vaidade e o conforto, mas eu confesso que fico confortável se estiver me sentindo bonita mesmo que não esteja conseguindo respirar muito bem! Da mesma forma, acho mais importante ser feliz do que ter razão, mas fico bem contente quando percebem que eu estou certa! hehehe... Excessivamente autocrítica: muito mais exigente comigo mesma do que com os outros (na verdade, com os outros sou super condescendente, o que também não é bom).
Tenho a espiritualidade como uma questão presente mas que se manifesta de muitas formas diferentes. Vejo Deus naquilo que me traz paz, e que vem pra mim nas mais diversas maneiras: numa missa, numa aula de yoga, no meio do mato, dentro da cachoeira, andando de bicicleta, numa noite fria e estrelada... Ainda estou “procurando a minha turma” nesse quesito, mas comecei a freqüentar um centro espírita e estou acreditando que pode estar aí. Aliás, mato pra mim é fundamental. Sou muito urbana, mas preciso sentar na grama (mesmo que coce), ouvir o barulho do vento nas árvores, ver a água correndo ou simplesmente parada refletindo o céu, preciso regularmente de um horizonte verde e distante pra me reequilibrar.
No momento estou à procura de uma companhia pra dividir uma certa garrafa de vinho que o meu irmão me trouxe da Argentina, mas há certos pré-requisitos a se cumprir. Entretanto, não há pressa; afinal, o vinho só melhora com o tempo...
20.3.05
A bunda, que engraçada
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda
redunda.
(poeminha do Carlos Drummond de Andrade em homenagem a um acesso de irreverência que eu presenciei este final de semana! :-) )
14.3.05
A GENTE SE FODE, MAS SE DIVERTE
Primeiramente, perdão pela grosseria do título. Mas é que o tema permite uma certa irreverência. Hoje eu quero falar do humor. Quero falar dessa capacidade que a gente tem, a gente precisa ter, de rir de nós mesmos e das nossas pequenas tragédias cotidianas. E, porque não, das grandes tragédias também...
Tudo o que é trágico é também um pouco cômico. A desgraça sempre tem um jeito meio abobalhado, meio atordoado, atrapalhado, cínico e desengonçado de acontecer. No meio do drama a gente se consola dizendo que um dia ainda vai rir de tudo aquilo. Pois eu acho que o barato mesmo é começar a rir imediatamente, intercalar o choro com o riso, e não perder nem um bocado do prato que a vida nos dá pra provar (adoro aquela cena de Harry e Sally quando ela está chorando porque o Joe vai se casar, e o Harry faz uma piada... é ótima a performance da Meg Ryan rindo e chorando ao mesmo tempo!).
Velório da minha tia. O obituário dizia assim: “Morre Amália Maziero. Deixa as irmãs Armelinda (in memorian), Rosalinda (in memorian), casada com Israel (in memorian), Mafalda, casada com Ernesto (in memorian), Palmira, casada com não sei mais quem, in memorian, in memorian....” Meu irmão leu aquilo e soltou: “É, tá mais pra encontra as irmãs....” E rimos! Afasta a dor? Ah, quem dera, quem dera... Mas nos faz lembrar que a gente ainda está vivo, e que a vida é boa, e que é por isso que vale a pena ficar triste quando alguém se vai.
Outro dia, na revista Veja, a Lia Luft escreveu citando alguém que dizia pra ela que em certos momentos da vida é o humor, mais que o amor, que nos salva. Eu vou mai longe. Tem uma frase do Roberto Freire que diz que é o amor, e não a vida, o contrário da morte. É baseada nessa frase que eu solto a minha máxima sobre o assunto: “É o humor, e não a vida, o contrário da morte”.
13.3.05
Tango
Quando sucumbi aos seus cabelos macios,
Quando seu olhar me invadiu e me fez negra
Quando desejei ser sombra para ser sua...
Quando cada instante parecia triste
E quanto à solidão, dizíamos: é tudo que existe!
Quando chorei duplamente, por mim e por você...
Quando vi seu mundo com meus olhos,
Quando renasci, mais inteira e mais bela,
Quando você foi você, eu fui eu, e tudo foi nada,
Bem, respirei o teu suor...
Bem, me perdi na tua boca...
Bem, reencontro eminente
Que não seja um tiro no escuro
Mais um passo em falso no abismo,
Que seja eu a te guiar agora,
Na simplicidade e na pureza do meu riso!
(Lindo. E pra quem quiser mais, Fotolog da Gabi, aí do lado)
12.3.05
Houston, we have a problem!
Se um cara que já está conversando com você vira e diz assim: "A gente precisa conversar"... você está com problemas!
Se quando a coisa já está acontecendo o cara vira e diz assim: "Vamos deixar acontecer"... então você está com sérios problemas!!
Em qualquer um dos casos, ....
11.3.05
Outono
10.3.05
Linha cruzada
"Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só garotos"
Eu:
"Quem sabe eu ainda sou uma garotinha..."
Garotos
Cada vez que eu acho que dessa vez entendi, a coisa dá errado de novo de uma maneira totalmente nova!
8.3.05
A um passarinho
Na minha janela
Meter o nariz?
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!
Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de Assis.
Deixa-te de histórias
Some-te daqui!"
É, eu não consigo fazer poesia quando estou feliz demais, mas o Vinicius consegue! :-)
Psicologia é o Paraíso!!!
Minha nossa! Eu estou tão espantada! Eu nunca imaginei que um lugar como esse existisse!
Primeira semana de aula, estamos conhecendo os professores, o programa dos cursos, e os nossos colegas. Tem hora na aula que eu acho que é piada. Os professores começam a passar o conteúdo dos cursos, e eu fico me perguntando como é que eles podem ter montado um curso inteiro só com coisas fascinantes!!! Aula de genética: me dá vontade de ligar pro meu irmão - o às da clonagem - e contar que vou ter aulas sobre aconselhamento genético, heredopatias, doenças genéticas de causa multifatorial e genética do comportamento! Saio da aula e quero ir correndo pro xerox porque não aguento esperar até amanhã pra ler o material da próxima aula! Aula de psicologia geral: o professor vai adotar um livro que se chama "40 estudos que mudaram a psicologia". Corro os olhos pelo índice dos autores dos estudos: Pavlov, Freud, Skinner, Masters e Johnson, Piaget... quase não acredito que vou poder estudar exatamente os trabalhos mais importantes desses nomes que eu sempre ouvi!! E no índice do título dos trabalhos então?? "O efeito da privação de sono", "A teoria das inteligências multiplas", "Comportamento hipnótico, uma perspectiva cognitiva, social e biológica", "A natureza do amor", "Resposta sexual humana", "Constantes culturais na face e nas emoções", e por aí vai. Textos sobre biologia e comportamento humano, consciência, aprendizagem, inteligência, memória, desenvolvimento humano, emoção, personalidade, psicopatologia.... Um melhor que o outro. A metade mais cínica do meu cérebro fica pensando que esses professores ainda não entenderam que escola serve pra nos atazanar, como é que pode ser tão prazeroso? A metade mais sensata fica se preguntando se o povo que fazia arquitetura comigo sentia esse tipo de prazer quando os professores passavam o cronograma da matéria...
Eu perdi muito tempo. Muito mesmo. Mas felizmente, me achei. Dessa vez me achei.
E o melhor. Toca meu telefone, era a terapeuta trocando o horário. A Bárbara me pergunta: "o que vc vai fazer sexta-feira?" "Terapia", respondo. Ninguém me olha estranho. Mais da metade das meninas da sala já fizeram, ou ainda fazem. O que é que eu estava fazendo que não cheguei aqui antes?!?!?!
Agora, concordem comigo numa coisa... bixete empolgada é o fim! hehehehehehehe
6.3.05
(Pedro Bial)
Hoje eu me despedi de uma das pessoas que eu menos queria ver indo embora na minha vida.
Espero que ele volte.
3.3.05
2.3.05
Boa Noite...
"Me queira bem,
durma bem,
meu amor....
Durma bem,
me queira bem,
meu amor..."
Calourada Comédia!
Houveram alguns momentos "mundo bizarro", devido à enorme presença de pessoas de 17 anos... no meio do apadrinhamento, a gente tinha que se apresentar, falar quantos anos tinha, de onde vinha, etc, e tinha que declarar a sua "posição sexual" favorita. Uma bichete muito novinha e meio desesperada do meu lado olhou para mim e disse assim: "Posição sexual?? como assim??" Eu olhei para ela e achei melhor nem responder!!!!!! huhauhauhauhauahuaha
Hoje aconteceu a cervejada da psico. Simplesmente (já reparou? sempre que a gente começa uma frase com "simplesmente" é porque vc vai falar de algo que não é nem um pouco simples...)... mas enfim, os meninos da eng. mecânica da usp simplesmente abandonaram a cervejada deles e invadiram a nossa! Isso foi inusitado!
Mas aparte as gafes, é muito bom!!!! Estar numa festa, puxar papo com um menino gatinho, e de repente vc está falando de Freud, de Jung, de Reich, de Skinner, e blá blá blá... coisas pelas quais sempre me interessei como uma forma de hobbie meio solitário; daí um dia vc se descobre num meio onde quase todo mundo curte isso! É realmente demais!
Estou super empolgada! Bixete empolgada é o fim!
1.3.05
Bixete postando!!!
Achei um tempinho de pausa no meio da calourada pra vir aqui no Laboratório de Informática da Psicologia pra fazer o meu primeiro post como aluna da psico da federal!!!! Ai que orgulho!
Eu estou adorando tudo!!! O curso, as burocracias, os veteranos!!!