1.9.08

The End

"O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia
morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja."
(Alberto Caieiro - O Guardador de Rebanhos)


***
Eu muitas vezes já disse que gostaria de ver estas palavras do Fernando Pessoa na minha lápide (espero que se lembrem desse meu desejo) porque eu acho que elas trazem um imenso consolo. Elas lembram que o fim também faz parte, que a morte é o que há de mais natural, e que também pode haver beleza depois de tudo isso.
Sinto que este fim ainda está longe, então como parece que não vou precisar do poema tão cedo, vou fazer um empréstimo. Fica aqui, para marcar o fim deste blog, que durante muito tempo foi um espelho e um interlocutor muito importante para mim.
O blog morre porque, como eu comentei com um amigo esta semana, estou "rasa". Já faz um tempo que me sinto distante de toda essa profundidade que rodeava muitas das coisas que aconteceram por aqui, mas acontece que de uns tempos pra cá, não alcanço mais toda esta "fundura", estou leve, bem mais leve que a água... agora só posso flutuar, me deixar levar pela corrente. Não consigo mais fazer o transporte daquilo que estava nas profundezas para a luz, pois agora eu habito a "flor da pele".
E não sei não... muito nesse blog era o Alberto Caieiro dizendo misteriosamente que pensar é estar doente dos olhos, é não compreender, e que viver é deitar na relva num dia de calor, sentir todo o corpo deitado na realidade, saber a verdade e ser feliz... vai ver que eu entendi. :)

Namastê!

2 comments:

Lucas said...

Bom, que bom, né?
Veio à tona a Tati, hehehe!

Aqui fica o meu último voto:

RIP

(Read In Peace)

Bj!

Anonymous said...

Poxa, Tatigirl!

Fico muito feliz pela sua leveza!
Flutue bastante, e aproveite bem a refrescância da água, porque tá muuuuuuuiito calor hehehe

Falando sobre morte, é bom, sim, porque se não morrem as coisas que nos fazem mal por dentro, as coisas que nos fazem bem não vivem também.

NAMASTÊ!