28.12.05

+ 2005

Faço minhas as palavras do Marcelo Tas:
"2005, ano bem complicado para se fazer um balanço. O finado ministro Rogério Magri diria que é um ano imbalançável."


(para ler o Blog do Tas, clique aqui)

27.12.05

Férias



É, teria sido melhor se eu tivesse realmente ido para Bora-Bora. Infelizmente, fiquei aqui. Uma situação engraçada neste fim de ano: muita coisa para pensar e no entanto, pouca vontade de escrever. Talvez de tudo isso emerja uma nova e importante conclusão, alguma maneira inovadora de lidar com as coisas. E é pra isso que 2006 está aí.

Enfim. Enquanto eu não volto, fiquem com todos os meus agradecimentos dos presentes recebidos em 2005: o relacionamento renovado com a minha família, todos os novos e também os velhos amigos, algumas reaproximações que foram mais do que importantes para mim, e - oras bolas - algumas vezes também um afastamento que é sinal de alguma maturidade. Tudo o que eu aprendi, tudo o que vivi, e as risadas que dei (e em 2005 não foram poucas!). E para completar, o meu pedido para 2006, que é na verdade a minha oração de todos os dias:

"Para 2006 peço sabedoria e força, para aceitar e enfrentar aquilo que estiver reservado para mim: que venham as alegrias que houver, as tristezas que eu tiver de ter, a companhia que me couber; e que eu aprenda o que eu puder."

20.12.05

Prefácio e Poema

“Porque tenho saudade
de você, no retrato,
ainda que o mais recente?
E porque um simples retrato
mais que você, me comove,
se você mesmo está presente?”
Cassiano Ricardo

“Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E tenho de fechar meus olhos para ver-te!”
Mário Quintana

É meu amigo,
e se queixa
de não estar sendo visto com clareza,
de se sentir pressionado
a responder a irreais expectativas
sobre ele pousadas.
É meu amigo, e se queixa
de que nós, as meninas,
não vemos senão ilusão.
É meu amigo, e percebo
que a elas também não vê claramente
a não ser quando elas se vão.

É, meu amigo...
A mim, igualmente, vês mais nítida
aquela que fui
do que esta que sou.
Mas meu olhar, agora cubista,
o dos múltiplos espelhos,
quer te ver por todos os lados:
os lados novos, e os velhos.
E aprendi, meu amigo,
a te amar em tua humanidade
exercida, por vezes,
à imagem e semelhança de Deus;
e outras tantas
a partir da prerrogativa do erro.
E é, meu amigo,
exatamente assim que te vejo.

19.12.05

Ainda Retrospectiva 2005

"Mas o mais importante não é a arquitetura. O mais importante é a vida, os amigos."
Oscar Niemeyer

5.12.05

RETROSPECTIVA MUSICAL 2005

Antes de iniciar este post, quero esclarecer um ponto de extrema importância: eu não faço resenha. Ainda que o Jorge[1] possa discordar, o fato é que eu deixo os posts recheados de pensamentos e opiniões e revisões críticas para outros tantos blogs por aí, porque este aqui não é um blog de raciocínio. Este é um blog de sentimento. Eu venho aqui para me emocionar com as minhas dores e alegrias, e espero que os meus eventuais leitores também me visitem para sentir comigo. Inclusive, tomo a liberdade de “consertar” Shakespeare na frase tema deste blog:

“Vem, sinta aqui ao meu lado, e deixa o mundo girar.”

Isto posto, vamos ao post.

A trilha sonora do meu 2005 foi o 2º. CD do Sun Walk & Dog Brothers, “To Change the Things”, pirateado por mim no final do ano passado em um episódio que inclusive foi o tema de um post muito do mal-educado (tenho a dizer em minha defesa que o CD era “incomprável” na época pois estava esgotado. Depois de furar a minha cópia de tanto ouvir, e quando o relançaram, comprei um de verdade e pude finalmente tê-lo autografado. Já quanto ao post mal-criado... bem, falta de educação não se justifica, mas se explica).

O CD em questão foi ouvido à exaustão porque ele “conversava” comigo. Minhas 2 músicas favoritas foram o fundo musical das minhas grandes conquistas (faixa 7: To Change the Things) e dos meus grandes fracassos (faixa 4: Incomprehension – que eu carinhosamente chamo de “música para suicídio”).

Conto isso motivada pelo fato de que, conforme anunciado em garrafais letras azuis aqui no blog, no final de semana que passou eles fizeram um show aqui em São Carlos, e um pré-lançamento do novo CD, “Blues to Feel Good”. Ouvindo “Happiness” e “A New World is Coming”, me veio a vontade, para variar, de dar uma olhada no que anda dando certo em minha vida. E a primeira coisa que me veio à cabeça – entrando certamente por meus ouvidos – foi a descoberta, neste ano, dessa paixão pelo blues. Descobri em 2005 que este é um estilo musical que é sempre capaz de melhorar o meu humor (mesmo quando às vezes o gaitista pisa na bola! *risos*), ainda que muita gente considere o blues um estilo meio simplório, e ainda mais que às vezes eu mesma concorde com isso. Mas estive pensando e acho que é justamente dessa simplicidade que eu gosto. Combina comigo, com as coisas que eu faço, combina com a minha poesia. E é como eu acho que a felicidade tem que ser: simples.

Fazendo aqui a minha retrospectiva 2005, e os meus votos para 2006, espero conseguir fazer com que o 3º. CD seja a trilha sonora do ano que vem. E que 2006 (ano em que escaparei dos “inta” pela última vez) seja um ano de simplicidade. O ano da “simples-idade”. Assim seja. E muito blues para vcs!



[1] Professor de Ciências Sociais para Psicologia. Resenhei um texto do Mauss como trabalho final para a disciplina dele este semestre...

2.12.05

Enquanto eu tento acabar com esse fim de semestre,
e sobreviver à prova de neurofisiologia etc etc etc,
fiquem com uma musiquinha que me tem feito companhia:

So Unsexy
Alanis Morissete


Oh these little rejections how they add up quickly
One small sideways look and I feel so ungood
Somewhere along the way I think I gave you the power to make
Me feel the way I thought only my father could

Oh these little rejections how they seem so real to me
One forgotten birthday I'm all but cooked
How these little abandonments seem to sting so easily
I'm 13 again am I 13 for good?

I can feel so unsexy for someone so beautiful
So unloved for someone so fine
I can feel so boring for someone so interesting
So ignorant for someone of sound mind

Oh these little protections how they fail to serve me
One forgotten phone call and I'm deflated
Oh these little defenses how they fail to comfort me
Your hand pulling away and I'm devastated

When will you stop leaving baby?
When will I stop deserting baby?
When will I start staying with myself?

Oh these little projections how they keep springing from me
I jump my ship as I take it personally
Oh these little rejections how they disappear quickly
The moment I decide not to abandon me