Calmaria...
Tarde quente, sem vento
Nenhuma folha se move.
Ar parado.
Rotina, longamente conhecida.
Coração vazio.
Velha cidade,
O mesmo céu,
As mesmas casas...
No fim do dia, não tenho pressa
Contemplando o céu límpido e sem nuvens.
Quantos azuis diferentes podem haver
Num céu de uma só cor?
Adoro esta paz.
Adoro estes raros,
Preciosos momentos
De vida em suspensão,
Em que tudo é silencioso:
A natureza está quieta,
A cidade está quieta,
O coração está quieto,
E até a poesia,
Esta criança,
Se aquieta...
Mas silenciosamente
(impertinente!)
aquela primeira estrelinha
atinge a minha seda azul!
E me traz de volta aos ouvidos
A voz do velho sábio:
“A calmaria é senão o prenúncio do tumulto!”
Em pouco tempo, mil estrelas surgem!
Cai a noite, surge a brisa,
Acendem se os postes e os faróis!
De noite, a cidade acorda,
A roda viva da vida se põe de novo a rodar,
E tudo muda muda muda muda muda!
Shh... Espera um minuto...
(...)
Ouve comigo este silêncio...
4 comments:
tatyyyyyyyyyyyyy!!!!
olha nem sei o q comentar..
talvez apenas dizer q gostaria de observar a calmaria com vc.... e q o poema é lindo lindo d+!
te adoro-te linda!!
=*****
Todos os dias vejo aquela primeira estrelinha, aqui da minha sacada. Lindo, bjs
Tati, eu amei este poema... Senti um negocinho aqui dentro, sabe... É lindo este equilíbrio dinâmico... E essas sincronicidades rs...
Quanto à questão: "Quantos azuis diferentes podem haver
Num céu de uma só cor?"
Lembrei da madrugada de sábado, vendo o sol nascer na rodoviária, o céu quase negro, um azul mais claro no horizonte... E logo,o tumulto! O amarelo-ouro, o laranja-cobre, o rosa e o roxo... Um arco-íris completo na atmosfera coberta de poeira e ar...
E aí a poesia rss...
É querida, tudo vale a pena... =D
Beijo!
Nossa! Eu não sei se você já percebeu (quem sabe, não é verdade?) mas esse seu poema tem uma nuance coreográfica: começa num tímido levantar, vai num crescendo atigir o ápice e descansa, agora satisfeito e até convidativo! E gostei muito desse jogo de imagens. É impossível, mesmo numa primeira leitura, não visualizar suas bem construídas paisagens, que nos convidam a um bailar de sensações! E pra não faltar nada, eu tenho que te dizer que sua manipulação das palavras é contida e objetiva, mesmo assim brincalhona. É a autora escrita!
Essa sua obra é realmente de estonteantes imagens e movimentos, mas incrivelmente sagaz! Adorei!
OBSCur: Publique mais obras suas. Agora eu é que estou curioso pra ver a "Gestalt" (mas que erudição!) da sua criação... e apreciar novamente a beleza explosiva de sua poesia!
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