27.9.05

Quando as nossas inseguranças são tantas
fica difícil reconhecer a coisa certa
a se fazer. São possibilidades inúmeras:
uma multidão de portas abertas.
Construímos planos e estratégias - castelos
baseados na forma dura, na linha reta.
Acreditamos que a razão
Vai nos mostrar a saída correta.
Mas a vida, para além de qualquer plano
e à revelia de nossas metas
Se constrói por si mesma
E no final, sem saber, a gente acerta.

(Dedico este poema à Raquelzinha, minha coabitante, que nesse momento é alguém tentando fazer a coisa certa)

Em homenagem a um final de semana surpreendente, aqui vai um pedacinho de música:


"It's so nice,
I wanna hear the same song twice..."

24.9.05

My Babe Plays the Blues

I don't know if my babe loves me
Right now I haven't got any clues
I don't know if he ever thinks of me
All I know is he plays the blues

I don't know what my babe likes
Is he as interesting as he looks?
I don't know if he'll ever call me
All I know is he plays the blues

I don't know if my babe is sweet
If he's as caring as he should?
I don't know if my babe is hot
All I know is he plays the blues...

(Essa é para ler ouvindo blues. De preferência, um bem animado e alto astral!)

20.9.05

Passo à Frente

Estou adiante apenas um passo
mas deixei finalmente para trás
tudo aquilo por que passei.
Passo a passo: é como eu vivo.
Estando mais leve, abro os braços:
em breve ensaio meu vôo de pássaro.

15.9.05



É fogo!

versão: "eu só sei lê só as figura!"


Posted by Picasa
É fogo!

Falando-te de igual para igual, protesto
contra a ignóbil atitude que tiveste
(atitude esta fraca e previsível, igualmente)
de decidir ignorar-me
pois, ao fazê-lo, acendeste
a ígnea ira que, em meu peito ardente,
transforma-me em ignara fera ignívoma.

Desejaria antes a ignorância de tal ignomínia
a esta pira de ódio a me incender a alma!



(esta é só para quem tem dicionário! hehehehehe...)

10.9.05

Luto para Enterrar esse Luto

Amigos,
Façamos silêncio
Em respeito à alma que vela o seu finado amor.
Amigos,
Postemos somente a página branca
Em memória ao vazio onde antes era cor.
Amigos,
Ouçamos à distância
O uivo dos ventos gelados de inverno, o uivo de dor.

Celebremos a hora morta.

Ah,
se pelo menos o defunto também ficasse quieto!

4.9.05

À Esquerda

(verdadeiras metáforas mais que verdadeiras)


O meu olho esquerdo é míope;
três vezes mais míope que o direito.
E enxergar com clareza sentimentos
é três vezes mais difícil que pensamentos.

Frequentemente meu pé esquerdo inflama:
os ligamentos reagem ao impacto com o chão.
E minhas emoções às vezes também se ferem
no impacto do contato duro com a realidade.

Meu seio é volumoso;
é difícil ouvir meu coração.
E meu impulso de nutrir os outros é tão grande
que mal ouço minhas próprias necessidades.

1.9.05

"Pouco me importa.
Pouco me importa o que? Não sei: pouco me importa"

(Alberto Caieiro)