31.5.05

Semeadura da poesia

Será que é só uma chance mesmo?

30.5.05

Quem de nós dois

(Ana Carolina)

"Eu e você,
Não é assim tão complicado,
Não é difícil perceber.
Quem de nós dois
Vai dizer que é impossível
O amor acontecer?
Se eu disser que já não sinto nada,
Que a estrada sem você é mais segura,
Eu sei, você vai rir da minha cara,
Eu já conheço o teu sorriso
E o teu olhar.
Teu sorriso é só disfarce
E eu já nem preciso

Sinto dizer
Que amo mesmo
Ta ruim pra disfarçar.
Entre nós dois
Não cabe mais nenhum segredo
Além do que já combinamos.
No vão das coisas que a gente disse
Não cabe mais sermos somente amigos
E quando eu falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso,
Meio na contramão...
E quando finjo que esqueço
Eu não esqueci nada!

E cada vez que eu fujo
Eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar o sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na sua vida

Eu procurei qualquer desculpa
Pra não te encarar
Pra não dizer
De novo sempre a mesma coisa
Falar só por falar
Eu já não tou nem aí pra essa conversa
Que a história de nós dois não interessa
Se eu tento esconder meias verdades
Você conhece o meu sorriso
E o meu olhar
O meu sorriso é só disfarce,
E eu já nem preciso..."

Uma música sobre a coragem de dizer o que é que vai pelo coração da gente... a coragem de dizer, e às vezes, se necessário for, a coragem de repetir...

Gabi, pra você que postou aquela frase do Humberto Gessinger "Eu fui sincero como não se pode ser", eu deixo aqui o meu palpite: acho que isso não existe. Não acredito em limite pra sinceridade. Já me estrepei bastante por abrir o coração mas mesmo assim não perco a fé. Tem horas em que eu não sei como é que se faz isso direito. Mas continuo acreditando que é isso que se deve fazer. Por mais violenta que seja a tempestade, não deixa de ser bela...

Pra que é que a gente faz poesia se não é pra isso?

23.5.05

Congresso Internacional do Medo

"Provisoriamente não cantaremos o amor
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas."

(Carlos Drummond de Andrade)

É isso aí. Hoje postando pra celebrar o medo e a covardia. A covardia de todo mundo, a sua, a dele, e a minha também. É pra homenagear a falta de coragem de quem não se aproxima, não se arrisca, e a falta de coragem de quem fica assistindo a covardia dos outros e não se atreve a fazer nada a respeito. E quero brindar a toda a covardia de quem pensa e não diz o que pensa, de quem sente e não enfrenta o que sente. Toda a falta de hombridade de quem não se examina e nem sabe o que tem dentro; e a pior, a de quem sabe e não admite.

Viva todo o medo do outro, e todo o medo de si!

22.5.05

Pergunta Bônus:

"O que você é capaz de perdoar?"

18.5.05



"Meu coração
é uma rosa aberta
e cada um que se aproxima
me arranca uma pétala"

Posted by Hello

Meditação

(pensando sozinha
sobre não estar só)

Aprender a ligar
a se apoiar
a querer ter
a depender
Aprender a somar
a conviver
a bem-querer
a completar
E decidir se arriscar
no habitar
no responder
no viver
no apaixonar-se
e no perder
E finalmente descobrir
que existir
é se entregar...

14.5.05

Não apague a luz

Não apague a luz,
que eu quero ver o teu riso,
que eu quero ver o teu gozo.
Quero ouvir os segredos nas tuas canções,
aprender teus caminhos
(contemplar as tuas alucinações
e as minhas).
Eu quero conhecer o teu corpo,
descobrir teus desejos,
explorar os teus sonhos, e medos
e sentir o teu cheiro,
mas primeiro, te beijar...
E quero
que você me morda o pescoço,
me afague os cabelos,
e me agarre a cintura.
E quando cair a noite escura,
me deixa dormir no teu peito,
me deixa ficar desse jeito
que eu quero te abraçar com doçura...
Ao nascer do dia
adorarei tua figura.
Quando os primeiros raios de sol
acenderem o dia no quarto
eu quero te amar novamente.
Eu, que te conheci na madrugada,
serei a amiga apaixonada
quando raiar a aurora.
E por isso te peço agora,
querido, sem pressa,
não apague a luz.
Há toda um vida
na noite que começa.

11.5.05

Fria noite de maio.
Lua cheia no céu
Ilumina a mim e a você...

9.5.05

Há um mundo de sonhos em mim,
Um mundo de imagens de múltiplos sentidos.
Há toda uma outra realidade,
Um planeta diferente onde vivo,
Onde durmo, acordo, me alimento,
Onde rio, onde choro e me espanto,
E que cresce e se transforma no meu íntimo.

Nesse mundo, onde há deuses, e serpentes,
E campos floridos, e abismos profundos,
Eu me movo flutuando.
Observo como as cores são etéreas,
E se transformam com o tempo.

Reclinada no meu leito de folhas,
Eu assisto a tempestade se formando,
E sei sempre muito claramente
Que ela chegará arrancando árvores e telhados,
Alagando as casas, invadindo os páteos,
Derrubando as linhas de força e comunicação,
Destruindo pontes, queimando as casas...

E sei também que, no final,
haverá somente o silêncio e a cidade arrasada,
E a chance de um novo começo...

8.5.05

"Pergunto à nuvem preta quando é que o sol vai brilhar"
(Raul - Clinica Tobias)

Prêmio Guinnes dos Récordes do Mundo Bizarro



Fundir o motor do carro, ficar sozinha na beira da estrada, gastar a maior grana, perder a terapia... chegar em casa, cadê a chave? Ficar trancada pra fora do apartamento. Chamar o chaveiro, gastar mais grana... Ligar pra amiga, dar linha cruzada, ficar com fama de louca... Chorar na frente de todo mundo, pagar o mico do vexame... Tentar me consolar indo assistir um show de blues... e o show ser cancelado!!!!!


Posted by Hello

6.5.05

"E eu, pensando em tudo isto,
Fiquei outra vez menos feliz...
Fiquei sombrio e adoecido e soturno
Como um dia em que o dia todo a trovoada ameaça
E nem sequer de noite chega..."
(Alberto Caieiro)